28 maio, 2011

História da Maia

"... É que isto de fazer história é um pouco mais trabalhoso que cerzir histórias...", como diz o Padre Agostinho de Azevedo a páginas 16 de "A Terra da Maia". Torna-se ainda mais verdade quando nos propomos falar sobre o Livro das Linhagens no que concerne à família Mendes da Maia.
Dada a importância que esta família teve na fundação do nosso ilustre País, quase pudemos afirmar serem estas terras o verdadeiro berço da Nacionalidade.
No Nobiliário de D. Pedro, Alboazar Ramirez, com o cognome O Cid, era filho do Rei Ramiro II e de uma moura, de nome Zara, que este teria conhecido quando da sua vinda em meados do Séc. X para Monte Córdova para combater os Mouros.
Em 1034, o seu neto Gonçalo Trastamires, filho de Trastamiro Alboazar, conquista Montemor aos Mouros, vindo em 1038 a falecer em Avioso, em defesa do Castro de Santa Maria de Avioso.
Mendo Gonçalves filho de Gonçalo Trastamires era tido como " Vir illustris et magne potentie in toto Portucale".
Agora, neste ponto começam as confusões que provêm ou de má interpretação do Livro das Linhagens ou de confusão dos seus feitores, pois a informação nele contida contradiz-se de tal forma que chega mesmo a enterrar a mesma pessoa em locais diversos.
Segundo o Padre Agostinho de Azevedo, os filhos de Mendo Gonçalves (e não Mendo Soares) seriam D. Soeiro Mendes, D. Paio Mendes e D. Gonçalo Mendes.
Já em informação obtida na Internet, Mendo Gonçalves teria tido um filho, Soeiro Mendes "O Bom" citado como "prepotens et nobilissimus omnium Portugalensium", que teria sido Governador das terras conquistadas a sul de Coimbra e tão Alto Dignitário, que na ausência do Conde D. Henrique, em representação deste, assumiria a administração no Condado Portucalense. Este, por sua vez, teria tido dois filhos; Mendo Soares e Paio Soares que faziam parte da corte de D. Henrique. D. Paio Soares, seria Governador de Montemor e da Maia bem como Alferes de D. Teresa, o mais alto cargo militar do Condado. Deste Mendo Soares (e não Mendo Gonçalves) seriam então filhos D. Soeiro Mendes, D. Paio Mendes e D. Gonçalo Mendes.
De qualquer forma a verdade é que, no primeiro quartel do Séc. XII, os Mendes da Maia constituíam a mais alta aristocracia Portucalense, razão pela qual, quando na corte de D. Teresa começaram a ser mais influentes os aristocratas Galegos, principiou a florescer o plano de um "golpe de estado" que culminaria nos Campos de S. Mamede.
Com efeito, D. Paio Mendes (que em 1118 havia ascendido ao cargo de Arcebispo da Sé primacial bracarense) cognominado "O Arcebispo", e D. Afonso Henriques, lavram a 27 de Maio de 1128, em Braga, um documento em que o Infante promete ao Arcebispo direitos sobre várias vilas e lugares e diversas isenções e importantes privilégios logo que obtiver o governo de Portugal.
A 24 de Junho de 1128, nos Campos de S. Mamede, travam-se em batalha as forças de D. Tareja e as forças do Infante e d' "O Arcebispo". A comandar as forças do Infante segue, o que se sagraria vitorioso, Gonçalo Mendes, cognominado "O Lidador". Pelo esforço, vontade e bravura do Infante e dos dois irmãos, Paio Mendes "O Arcebispo" e Gonçalo Mendes "O Lidador", nasce então o Reino de Portugal.
Diz o Livro das Linhagens que a nobre família dos Mendes passaria a ser da Maia "... porque se ganhou por seus avóos e aviam-na por sua; e a Maya chama-se naquel tempo dês Doyro ataa Lyma ...". Mais uma vez o Padre Agostinho de Azevedo nos chama a atenção para as inexactidões da afirmação. Nunca até João Pires da Maia que era bisneto de D. Soeiro Mendes, nenhum membro desta família foi sequer Governador da Maia. De facto, conquistaram muitas terras aos mouros, possuíram casais e direitos que obtiveram por compra, doação ou herança e governaram alguns castelos mas sempre prestando vassalagem ao rei.
Por outro lado, a dimensão atribuída às Terras da Amaya ou Amagia parece mais ser a do Condado Portucalense, que com exactidão, se estendia um pouco para além do Ave.
Esta região foi também berço da família dos Coutinhos. Corria o ano de 1402, quando D. João I fez, por carta, doação da Terra da Maia com todos os seus " ... termos, herdades, casais, rendas, direitos e tributos com tôdas as suas pretensas, mas sem a jurisdição por já a ter dado à cidade do Porto ..." a seu vassalo Gil Vasques da Cunha e a todos os seus descendentes. Muitas foram as questões entre os Coutinhos e os lavradores da região as quais só viriam a ser resolvidas quando em 15 de Dezembro de 1519, D. Manuel I concedeu Foral ao Julgado da Maia estabelecendo os direitos e obrigações dos donatários.
Quando falamos em Terra da Maia devemos entender o antigo concelho da Maia tal como era quando lhe foi concedido o Foral. A Norte limitado pelo Rio Ave, a Poente pelo mar, a Sul e a Nascente pelo Porto e ainda por Rio Tinto, S. Mamede de Valongo, S. Lourenço de Asmes, Alfena, Covelas e Bougados.
Em consequência do crescimento populacional da cidade do Porto, D. João I em 1384 mandou "... que todos os moradores e povoadores dos ditos julgados daí por diante façam tudo o que lhes fôr ordenado pelos juizes, justiças e regedores da cidade, como de seu termo, sem embargo algum...". É nesta data que o Julgado da Maia, com excepção dos Coutos e Honras, integra o Têrmo do Porto, perdendo desta forma a sua autonomia administrativa e política. Daqui por diante a Justiça será assegurada pelos Ouvidores, Meirinhos ou Almotacés e Procuradores pela cidade impostos. No respeitante à administração municipal passa a depender do Senador Portuense.
A Maia dos princípios do Séc. XIX, era um extenso território que se alongava, no sentido meridional, desde as margens do Douro, a Sul, até ao curso do Ave, a Norte. No sentido transversal, ia da costa, a uma pequena linha de elevações de Bougado a Rio Tinto. Esta, a área da Terra da Maia medieval; 67 freguesias das 85 que já lhe haviam pertencido. As reformas introduzidas por Mouzinho da Silveira, começaram a desmembrar a unidade territorial da Maia. Em 1835, o Concelho compunha-se de 52 freguesias. Na segunda metade do século, desmembrou-se completamente, indo as suas freguesias não apenas engrossar concelhos vizinho, como construir na totalidade, outros novos Concelhos.
Em 1832, desembarcou nos Areais de Pampelido, então pertencentes às Terras da Maia, o Imperador do Brasil e Regente de Portugal, D. Pedro, (D. Pedro I do Brasil e D. Pedro IV de Portugal) fazendo acampamento das forças liberais em Pedras Rubras. Mais uma vez este território é palco de importante episódio da História de Portugal.
Em 1836, Passos Manuel (natural de Guifões) eleva a Maia a Comarca. Dois anos depois esta é extinta e o seu Julgado integrado na Comarca do Porto. Em 1855 é extinto o Julgado restando apenas o Concelho da Maia. O território deixa de ser Concelho em 1857, para em 14 de Janeiro de 1868 se constituir novamente com as 21 freguesias que tinha em 1857: Águas Santas; Barca; Folgosa; Gemunde; Gondim; Gueifães; Milheirós; Moreira; Nogueira; São Pedro de Aviso; Santa Maria de Avioso; São Pedro de Fins; Silva Escura ; Vermoim e Vila Nova da Telha e ainda Guilhabréu; Mosteiró; Malta; Vilar do Pinheiro e Aveleda que não muito depois passaram para Vila do Conde. Dividia-se então em dois Julgados Julgado de São Miguel de Barreiros e o Julgado de Santa Maria de Avioso. Em 1886 foram novamente extintos os Julgados e só em 1994 a Maia voltou a ser Comarca, com as 16 freguesias já enunciadas e a recém formada (1985) freguesia de Pedrouços.
Servida por uma belíssima rede viária na qual se incluem, duas auto-estradas A3 e A4 e pela IC-24, a Maia desde a década de 70 cresceu e expandiu-se de forma considerável.
Na área da Indústria e, nomeadamente, no Parque Industrial, por sua vez dividido na Zona Industrial Maia I e Zona Industrial Maia II, encontram-se mais de 2000 empresas. Este situa-se perto do Porto de Leixões e do Aeroporto de Pedras Rubras, hoje Aeroporto Francisco de Sá Carneiro, permitindo um bom escoamento aos seus produtos.
Este último, que se encontra agora em processo de renovação e ampliação, conjuntamente com o Aeródromo de Vilar de Luz, proporcionam ao Concelho um bom fluxo turístico, quer de lazer quer de negócios.
Situando-se a Oeste do Concelho, abrange não só a Freguesia de Vila Nova da Telha como também, a sua contígua Freguesia de Perafita do Concelho de Matosinhos. Foi inaugurado em 1945, e o primeiro voo Porto-Lisboa efectuou-se em 1947. Em 1956 levantou o primeiro voo internacional, sendo que a partir de 1960 se iniciaram os voos regulares Porto-Londres.
Com o crescente aumento de tráfego aéreo, e consequente aumento do fluxo tanto humano (turistas e pessoas em negócios) como de materiais (cargas), até aos nossos dias o aeroporto foi sofrendo obras tanto de manutenção como de ampliação. Neste contexto ficou em 1975 concluído o prolongamento da pista para os 3.480 metros que tem hoje; em meados da década de 80 foi inaugurado o Terminal Carga, pelo então Ministro dos Transporte e Comunicações - o Eng.º Oliveira Martins; em 1990, inaugurou-se a nova aerogare e nessa mesma altura, em homenagem ao ex Primeiro-Ministro, Dr. Francisco Sá Carneiro, passou a chamar-se Aeroporto Francisco Sá Carneiro.
O dia 7 de Dezembro de 2002, marcou a inauguração da Linha A (azul) da rede de Metro da Área Metropolitana do Porto, cujo percurso inicial foi entre a Trindade e Senhor de Matosinhos. Esta rede, terá uma extensão de 70 quilómetros, constituindo assim o maior sistema construído na Europa de uma só vez. Destes, 50 resultam de reestruturação das linhas ferroviárias já existentes, sendo os restantes 20 construídos a partir do nada.
Para uma ideia da amplitude desta obra, diremos somente que é cerca do dobro da extensão total do metro de Lisboa e cerca de 10 vezes maior que a do metro de Estrasburgo.
Esta rede incluirá para além da linha já em funcionamento, mais três com um total de 66 estações, das quais, 11 serão subterrâneas. Prevê-se a sua conclusão para 2004. O total desta rede foi desenhado para que, duas linhas sirvam o centro da AMPCampanhã/Senhor de Matosinhos e Santo Ovídio/Hospital de São João donde se fará a ligação com o centro da Maia.
Trindade/Trofa e Trindade/Póvoa do Varzim, serão outras duas ligações para uma deslocação rápida entre o centro e a periferia.
Numa segunda fase, a rede irá ser alargada, com prioridade para a linha de Gondomar.
Na área de Lazer, realçamos o Zoo da Maia, que é o segundo maior do País. Neste espaço funciona uma clínica veterinária que serve não só os animais do zoo como ainda quem lá quiser recorrer. Conjuntamente com a clínica funciona um Hotel Canino. Para apoio aos visitantes há um restaurante e um parque infantil. A Quintinha da Criança é uma área onde estão animais que servem não só para o despertar da curiosidade da criança como também para o desenvolvimento do seu conhecimento.
No âmbito da protecção animal tem protocolo com o Parque Peneda-Gêres, tratando espécies de aves protegidas que lhes são depois enviadas para serem libertas em habitat próprio; e foi escolhido pelo Instituto de Conservação da Natureza para recolher e tratar animais marinhos que feridos dêem à costa.
Para os desportistas, a Maia oferece o seu Complexo Desportivo onde todos os anos decorrem eventos, nomeadamente no Complexo de Ténis da Maia, o torneio internacional de ténis "Maia Open"
As fortes tradições do Concelho espelham-se nas inúmeras festas e romarias que tomam lugar nas suas freguesias. As maiatas sempre tiveram brio na forma de se vestirem e ornamentarem. O seu trajar, o simples ou o de gala, subentendia o escalão social a que pertenciam, mas uma das peças que todas as indumentárias femininas possuíam era o Lenço de Merino.
Merino é uma qualidade de lã fina, proveniente de uma espécie (em vias de extinção) de carneiros oriunda dos Pirinéus. Esta qualidade de lenço, foi trazido para a Maia em meados do Séc. XIX pelas criadas que, vindas do Minho, para cá vinham servir. Dada a sua qualidade, foram rapidamente adoptados pelas maiatas, diferenciando-se pelas cores, a localidade a que estas pertenciam. Em Águas Santas e Gueifães, o lenço tinha um fundo azul, em Silva Escura e Gondim, possuía fundo castanho. Barca e Nogueira, optaram pela cor preta, ou roxa; Folgosa e S. Pedro Fins, pelo amarelo-seco; Santa Maria de Avioso, o vermelho; Vermoim e Milheirós, o lenço tem o fundo branco; Moreira, Gemunde e Vila Nova da Telha, o fundo é verde.
A expressão artística e a religiosidade do povo Maiato é bem expressa através da secular arte dos "Santeiros da Maia". Esta arte de fazer imagens religiosas, remonta ao Séc. XVII, altura em que os Santeiros se designavam por Imaginários, mas as primeiras oficinas terão surgido na Maia em inícios do Séc. XIX. É de crer que quem as montou tenha recebido os seus ensinamentos nas oficinas do Porto, mas enquanto estas com a Implantação da República acabaram por desaparecer, as Maiatas, embora debilitadas, mantiveram-se.
Afamados desde o Séc. XVIII são os trabalhos em linho aqui feitos, e tal como no Concelho de Valongo, também aqui se preza a arte de em madeira esculpir brinquedos e instrumentos musicais.
A gastronomia desta região é farta e requintada. Os pratos a realçar são o Bacalhau à Lidador; o Arroz de Pica no Chão; o Cabrito assado à Maiata e como não poderia deixar de ser o Cozido à Portuguesa. O Pudim com Vinho do Porto, os Ovos mexidos com Amêndoa e o Vinho Quente, são dos doces mais apreciados.
O ISMAI, Instituto Superior da Maia, com diversos cursos homologados, juntamente com o Fórum da Maia vieram valorizar o “espaço cultural” do Concelho.
De entre as várias figuras marcantes no Concelho da Maia, podemos destacar:
General Lemos - José António de Azevedo Lemos nasceu a 1 de Outubro de 1786. Seminarista no Porto,  alistou-se no10º regimento da cavalaria, servindo sob a bandeira Miguelista. Teve papel importante no cerco do Porto. Como representante de D. Miguel, assinou a convenção de Évora Monte. Faleceu em 1870.
Pde. João Vieira Neves Castro da Cruz - nascido em 8 de Julho de 1828,tomou ordens  em 1852 e foi nomeado capelão de Nª. Sª. de Guadalupe em Águas Santas. Tendo colaborado com várias revistas e  jornais, publicou vários trabalhos. Foi fundamental informador de Pinho Leal, para o seu «Portugal Antigo e Moderno...».
Visconde de Barreiros - José da Silva Figueira nasceu em 1838. Emigrou para o Brasil com apenas 14 anos, onde enveredou pela construção ferroviária. Regressado a Portugal, constrói a ligação de  Campanhã à Alfândega do Porto, com  um túnel com 1300 metros. Grande benfeitor, deixa-nos a construção de escolas primárias Maria Pia, a oferta do andor e da imagem de Nª. Sª. do Bom Despacho e a atribuição de bolsas de estudo, entre outros.
Agraciado com a Comenda de Nª. Sª. de Vila Viçosa em 1878, foi-lhe concedido o título de Visconde em 1882.
Conselheiro Luiz de Magalhães - Luiz Cipriano Coelho de Magalhães nasceu em 13 de Setembro de 1859. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra e foi Governador Civil de Aveiro. Em 1897 foi deputado por Vila do Conde e dois anos depois pela Póvoa de Varzim. Foi Ministro dos Negócios Estrangeiros. Em 1919 toma parte no golpe  «monarquia do norte», ocupando a pasta dos estrangeiros. Escreveu, entre outros, «O Brasileiro Soares», com prefácio de Eça de Queirós. Tendo adquirido a Quinta do Mosteiro de Moreira, aqui se  reuniram entre outros,de Eça a Antero, de Alberto Sampaio a António Feijó. Textos base: Dr. Maia Marques
Doutor Albino Aroso: Nascido há 81 anos em Vila do Conde, cedo descobriu a sua verdadeira vocação, tendo-se licenciado em Medicina em 1947. A sua carreira profissional, é impressionante: Em 1971, é nomeado Director de Ginecologia do Hospital de Santo António e foi eleito Presidente das Associações para o Planeamento da Família, cargo que ocupou durante 3 mandatos consecutivos. Em 1976, foi eleito Presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia e Ginecologia, em 1989 foi convidado para Secretário Adjunto do Ministro da Saúde estando actualmente a exercer funções de Presidente da Associação de Planeamento Familiar da Delegação Norte. Apesar de não ser Maiato de nascença, cedo se tornou numa figura reconhecida e emblemática do Concelho através das inúmeras actividades que exerceu de relevo nacional.
 In “MAISMAIA” Nº1 FEV 00
O Doutor José Vieira de Carvalho faleceu no  passado dia 01 de Junho de 2002, com 64 anos intensamente vividos ao serviço da Causa Publica.
Tendo nascido em 1938, licenciou-se em História e em Filosofia na Universidade Clássica de Lisboa, tendo dedicado largos anos à actividade docente, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
A sua entrada na vida politica dá-se apenas em 1970, quando foi nomeado Presidente da Câmara Municipal da Maia. Após o 25 de Abril e desde 1979 até a data do seu falecimento foi sucessivamente eleito para esse cargo.
Foi, também, Presidente da Junta Metropolitana do Porto, entre 1998 e Janeiro de 2002, e presidiu ao Conselho da Região do Norte. Foi Deputado à Assembleia da República, durante várias legislaturas.
Foi membro do Conselho da Europa e integrou o Comité das Regiões da União Europeia, por nomeação da Assembleia da República.
Apesar da intensidade das suas inúmeras ocupações políticas e académicas, o Doutor José Vieira de Carvalho pautou a sua vida por uma profunda ligação a instituições de índole social, ocupando diversos cargos na área da solidariedade, sendo à data da sua morte Provedor da Santa Casa da Misericórdia da Maia.
Também o campo desportivo preencheu muito do seu tempo. Primeiro como praticante, mais tarde como dirigente. Foi, nomeadamente, Presidente da Associação de Futebol do Porto e da Assembleia Geral da Federação Portuguesa de Futebol. Foi fundador da Fundação do Desporto.
O Doutor José Vieira de Carvalho foi uma das primeiras personalidades a ser distinguida com o “Dragão de Ouro” do Futebol Clube do Porto.
Exerceu, igualmente, inúmeras funções de responsabilidade na actividade privada, tendo sido administrador de várias empresas têxteis, cervejeiras e de dois prestigiados jornais portuenses. Foi Presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, SA.
Com diversas publicações editadas, manteve sempre a ligação ao mundo universitário e cultural: foi fundador da Universidade Livre do Porto, da Universidade Portucalense Infante Dom Henrique e foi Presidente da Direcção do Instituto Superior da Maia.
Ainda, em termos de actividade política, refira-se que o Doutor José Vieira de Carvalho foi Secretário-Geral e Vice-Presidente do CDS, Secretário-Geral da UEDC -  União Europeia da Democracia Cristã e ocupou vários cargos no PSD, partido a que aderiu posteriormente.
In “MAISMAIA”  Nº. 6  AGO 02

Gonçalo Mendes da Maia - "O Lidador"

Gonçalo Mendes da Maia (Maia, 1079Batalha de Ourique, 1155) – conhecido como "O Lidador" – foi um comandante militar e um cavaleiro português.

[editar] Biografia

Batalha de Ourique, representada num painel de azulejos.
Nascido na vila do Trastamires (actual Maia), junto à cidade do Porto, D. Gonçalo pertencia à família dos Mendes, tendo como irmãos Soeiro Mendes e D. Paio Mendes.
Na mocidade, por sua fidalguia e afinidade espiritual, tornou-se um dos maiores amigos do primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques. A vontade férrea de D. Gonçalo e suas inúmeras e épicas conquistas no campo de batalha – em que o risco à vida era o eterno desafiante – granjearam-lhe o cognome de "O Lidador".
Segundo a lenda popular, no dia em que comemorava 95 anos, Gonçalo Mendes estava na frente de uma batalha contra os muçulmanos, que estava a correr mal para o lado português. De repente, ganhou renovado vigor e, juntando um grupo de combatentes, atacou o inimigo. Este, ao ver um soldado envelhecido atacar com a força de um jovem, julgaram-se perante um acto mágico, o que lhes diminuiu o moral.
Assim, um dos maiores líderes muçulmanos decidiu enfrentar Gonçalo Mendes, na esperança de reconquistar o moral das suas tropas. Apesar de gravemente ferido, Gonçalo Mendes conseguiu derrotar o seu adversário, com efeitos demolidores, pois o exército muçulmano, sem líder, desorganizou-se, pelo que as tropas portuguesas conseguiram ganhar a batalha.
Finda a batalha, Gonçalo Mendes terá sucumbido aos ferimentos.